Degeneração Macular Relacionada à Idade: o que é importante saber?
O processo de envelhecimento é natural e seus efeitos podem ser notados em todo o corpo, inclusive nos olhos. Em cada fase da vida, a saúde ocular deve receber atenção, seja após o nascimento, com o “teste do olhinho”, ou na fase escolar, com os erros de refração capazes de interferir no aprendizado. Após os 50 anos, no entanto, os cuidados precisam ser redobrados.
Algumas doenças com potencial risco para a visão atingem, predominantemente, a terceira idade. A degeneração macular relacionada à idade – DMRI – é uma delas.
O aumento da idade é o principal fator de risco. Além disso, pessoas de raça branca estão mais sujeitas à moléstia. Aterosclerose, histórico familiar e tabagismo são outros fatores que podem potencializar os riscos de desenvolvimento da doença. Os principais sintomas envolvem dificuldade na leitura, visão embaçada ou com linhas onduladas, pontos escuros ou espaços em branco e distorção, evoluindo para perda gradual e irreversível da visão.
A doença é causada pela degeneração da mácula, estrutura localizada na parte posterior do olho e responsável pela visão central. Ela se apresenta em duas formas, chamadas de “úmida” e “seca”, sendo a segunda a mais frequente e também com menor probabilidade de provocar cegueira. A forma úmida, por sua vez, pode levar à perda acentuada da visão central, pois sua principal característica é o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos anormais na retina, que podem provocar uma hemorragia no local. Inicialmente, é comum que a doença atinja somente um dos olhos, mas, anualmente, cerca de 15% das pessoas desenvolvem a forma úmida em seu segundo olho.
Em países desenvolvidos, a DMRI se apresenta como a principal causa de cegueira irreversível em pessoas com mais de 50 anos. De acordo com estudos internacionais, existe uma incidência e prevalência crescentes após essa faixa etária, onde cerca de 30% da população com mais de 75 anos apresenta algum estágio da doença. Responsável por 8,7% de toda a cegueira devido a doenças oculares, ela atinge em torno de 3.000.000 de pessoas e a tendência é que esse número aumente como consequência do envelhecimento da população, devendo dobrar em alguns anos.
A DMRI é um dos desafios a serem enfrentados como consequência do envelhecimento da população. Nessa fase, as visitas regulares ao oftalmologista se tornam essenciais. Identificar os fatores de risco, diagnosticar precocemente e iniciar o tratamento o quanto antes apontam para melhores resultados terapêuticos, incluindo o controle do avanço da doença.