LEMANN FELLOW
Em 2017, o Instituto da Visão – IPEPO, por meio do Dr. Rubens Belfort Jr., iniciou importante parceria com a Fundação Lemann e o Wilmer Eye Institute, Johns Hopkins University, sob a coordenação do seu Chairman, Dr. Peter McDonnell, com o objetivo de formar grupos de investigadores jovens em Oftalmologia.
Todo ano, um pesquisador, preferencialmente com menos de 30 anos, na qualidade de Lemann Fellow, recebe uma bolsa de estudos para permanecer por um ano nos Estados Unidos, a fim de desenvolver um projeto científico no Brasil, com possibilidade de continuar expandindo seus horizontes profissionais e desenvolvendo atividades em favor da visão, da melhora da sociedade brasileira e da inovação.
A seleção é bastante concorrida. Em 2018, a Dra. Marina Roizenblatt, atualmente pós-graduanda nível doutorado pelo Departamento de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP, foi a merecedora da bolsa de estudos. Durante o período em que foi Lemann Fellow, Marina contribuiu com linha de pesquisa desenvolvida como uma parceria entre o Wilmer Eye Institute e a Escola de Engenharia da Universidade de Johns Hopkins. Nesse estudo, avaliou-se quantitativamente o desempenho de participantes com diferentes níveis de experiência em cirurgia da retina, durante simulações cirúrgicas à mão livre e quanto à assistência robótica melhora a sua performance.
Este ano, o contemplado está sendo o Dr. Müller Gonçalves Urias, que atualmente é Research Fellow do Wilmer Eye Institute, Johns Hopkins University (JHU), mas que teve toda sua carreira acadêmica desenvolvida na EPM/UNIFESP, onde cursou Medicina, Residência em Oftalmologia e Fellowship clínico/cirúrgico em Retina e Vítreo. “Aqui, trabalho junto ao Prof. Peter Gehlbach, como o elo entre o Wilmer Eye Institute e o Laboratory for Computational Sciences and Robotics da Faculdade de Engenharia da JHU (Whiting School of Engineering). Trabalho na parte de tecnologia e robótica aplicada à oftalmologia, especialmente na área de cirurgia vitreorretiniana. Participo, não somente como contribuidor, no desenvolvimento das ideias, mas também como usuário nos testes de avaliação dos experimentos, dada minha experiência na área cirúrgica. Este ano, o foco da nossa pesquisa foi o desenvolvimento e a aplicação de sensores junto à assistência robótica vitreorretiniana. Em outubro, representarei as nossas instituições em uma conferência internacional de engenharia da área, a IEEE Sensors 2019, em Montreal, onde apresentarei nosso trabalho e trocarei conhecimentos, fato bem inusitado e interessante para um médico oftalmologista, sobretudo do Brasil”.
Quanto ao futuro, Dr. Müller relata: “Pretendo continuar exercendo a profissão de oftalmologista na área de retina e ampliar a linha de pesquisa dentro do Departamento de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP, voltada à tecnologia e, principalmente, valorizar os recursos e as vantagens que temos para impulsionar esse desenvolvimento no Brasil”.